NOSSA CABEÇA,  NOSSO DESTINO!!!

Seguindo os princípios  de similaridade entre a  Física e a Metafísica, o topo de nossa cabeça física, abriga todo o arcabouço energético-espiritual não somente relativo à esta encarnação como também de toda  nossa  escalada evolucionária ao longo das reencarnações. Podemos encontrar menções à  esta  questão desde  os escritos védicos ( chakra da coroa)  até  as doutrinas de matriz religiosa  africanas (Ori).

A doutrina Hermética nos fundamenta este assunto da seguinte forma:

Quando nossa consciência inicia  o processo de retorno  reencarnatório  nesta esfera, canalizado pelo magnetismo atrativo oriundo das  necessidades de nossa  senda espiritual,  realiza as devidas escolhas  relativas ao seu processo de aprendizado e  firma os devidos contratos com todos os seres  comprometidos com  esta  fase de  evolução.

Através então, do primeiro alento ( a primeira respiração) neste mundo físico, são confirmados  em nossa  “Personalidade Divina”, o nosso “verdadeiro eu”, os  caminhos de aprendizagem   a serem trilhados. Na mitologia encontramos  referencia  à este fato  nos dizendo que  esta “força de destino” se assenta   em nossa mente através da “moleira” ( abertura do crânio do bebê) e, uma vez lá fixada, somente  volta a se libertar do corpo  na última expiração, pela boca. Esta  “força do Destino” se  utilizará então do cérebro para  comandar então os atos e pensamentos  de nosso “eu mundano”. Por  outro lado, juntamente  com esta “força”, fixam-se também as “energias opositoras à nossa jornada espiritual”,  que a nível físico se localizam a nível do cerebelo ( localizado na região posterior do nosso  sistema nervoso central – cérebro), no estômago e nos órgãos genitais. Tais  “energias opositoras” podem ser classificadas como :o esquecimento de nossa missão,  medo, desejo, ambição, vaidade, ciúme, ira, egoísmo, etc…Ou seja, as propensões mentais que precisamos   purificar e integrar  ao nosso  caminho espiritual. Este assunto das propensões mentais será mais bem detalhado em oportunidade específica.

É através do desenvolvimento de um caráter reto, honesto, puro e bom,  que  nosso “eu Divino” chegará à sua transcendência última! Enfim,seguindo princípios das doutrinas  religiosas africanas,  como descreve o Odú Ogbè-Ègùndá: “Ìwà nikàn l´ó sòro o” - “Caráter é tudo o que se precisa”.

Assim sabemos que nossa divindade pessoal (cabeça interna-alma), é responsável pelo nosso destino e felicidade. Que a nossa Energia  Orisá (orí-o primeiro) é a tutora espiritual de nosso  “eu”, mas que só poderá ajudar-nos se nosso “eu”, nossa personalidade, nosso EGO assim  permitir. Que em nosso eu divino  reside o nosso destino  e somente através de nosso “eu divino” e nossos “caminhos do destino” podemos transmutar a nossa caminhada, e assegurar o cumprimento da missão confiada por Olodumaré ( Deus Supremo). Que devemos nos resguardar do inimigo de nossa missão, aquilo que pode nos trazer sofrimentos. E que nossa verdadeira essência, que devemos buscar, reside em nossa alma e não em nossa  cabeça externa-personalidade,  que é tão somente o veículo de nosso eu divino aqui no Aiyé. E, o mais importante: a missão maior de eu divino, à qual cabe às energias  Orisá ajudar-nos, é o desenvolvimento de Ìwà Pèlé (caráter reto, bom), nosso passaporte para o encontro definitivo com Olórun!!

 “Ko sí Òòsà tí i dá´ni gbè léhìn Orí eni”

“Nenhum Orixá abençoa uma pessoa antes de seu Orí”

Este oriki (verso sagrado da cultura afro-religiosa) não deixa dúvida sobre a suprema importância desta divindade pessoal( nosso “eu divino”), inclusive, acima das energias  Orisá.

Dele depende a nossa existência, nosso sucesso, fracasso, saúde, doença, riqueza, pobreza, plenitude, felicidade. Sem a aprovação de Orí nenhum Orisá pode fazer nada pelo seu devoto. Por isso, para nós, Orí é a Energia  Orisá mais importante!